Contar histórias por meio de dados. Esse é o princípio da Retrospectiva Spotify, que já virou uma tradição de fim de ano. A capacidade do serviço em surpreender seus usuários com informações sobre eles mesmos costuma movimentar a internet. Mas você já parou para pensar em como essa compilação é feita?
A partir de agora, vamos descobrir como uma das companhias de tecnologia mais queridas do público usa ferramentas como computação em nuvem e Big Data em exemplos que já fazem parte do nosso dia a dia. Confira a seguir.
O que é a Retrospectiva Spotify?
Caso você ainda não tenha experimentado o serviço de streaming de música, a Retrospectiva Spotify (ou Spotify Wrapped, o nome em inglês) é uma consolidação do que cada usuário ouviu na plataforma ao longo do ano. Funciona como uma fatura de cartão de crédito, só que com muitos recursos visuais, que são feitos justamente para incentivar o compartilhamento.
Ou seja: só quem passou pelo menos alguns minutos no Spotify este ano tem acesso a uma retrospectiva personalizada. Em 2021, o número de pessoas que atendem esse critério ultrapassa 380 milhões.
Além dos dados individuais, a plataforma também divulga listas de músicas, álbuns e podcasts mais ouvidos de 2021 com segmentações por país, gênero musical e assim por diante. Assim, ela é um prato cheio para comparações e descoberta de novas tendências.
A Retrospectiva Spotify foi lançada pela primeira vez em 2015. Desde então, ela busca evoluir a forma como apresenta seus dados tanto no estilo visual quanto na quantidade de filtros e recursos adicionais.
Em 2020, por exemplo, o serviço ofereceu um compilado de dados sobre toda a década. Este ano, traz vídeos gravados por mais de 170 artistas agradecendo a audiência dos fãs.
Como funciona a Retrospectiva Spotify?
Para ter acesso à sua retrospectiva, basta logar no serviço de música. A sua retrospectiva aparece em formato de playlist na sua biblioteca e o caminho para os recursos visuais aparecem em um banner ou tela no aplicativo.
A retrospectiva deste ano aparece no formato Stories, o mesmo usado no Instagram. As informações contemplam os meses entre janeiro e outubro e revelam:
- músicas mais ouvidas;
- áurea musical, definida de acordo com o que o usuário mais escuta;
- gênero preferido;
- ranking dos artistas mais ouvidos;
- quanto tempo passou no aplicativo;
- um jogo de cards no estilo 2 verdades e 1 mentira, para testar outras pessoas sobre o seu gosto musical.
Fora a parte personalizada, o serviço também mostra o que foi mais ouvido no mundo e em cada país. Além disso, há curiosidades específicas do ano: na pandemia, por exemplo, a playlist Music for Plants cresceu quase 1.400%, considerando o período entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021 em 2021.
Além de pessoas comuns, artistas, gravadoras, produtores e veículos de imprensa (como sites, jornais, revistas e canais TV) também compartilham essas informações, o que faz com que dificilmente alguém que use as redes sociais não veja nenhum conteúdo sobre o tema.
A tecnologia por trás da Retrospectiva Spotify
Colocar uma experiência como essa de pé exige um grande trabalho em equipe. A demanda envolve times de vários lugares do mundo para criar algo consistente, pensando em manter as principais características que definem a marca Spotify: as cores, o estilo de mensagens e a estratégia de comunicação.
Mas, ao mesmo tempo, o resultado precisa ser único para cada usuário e para cada região, uma vez que o serviço disponibiliza não só listas, mas também curiosidades sobre os hábitos das pessoas, como mostra o exemplo da playlist sobre plantas.
Nesse sentido, o esforço vai desde a parte criativa (concepção da campanha, anúncios em locais estratégicos na internet e no mundo físico, criação de todos os itens visuais) até a preparação da infraestrutura necessária para processar um volume enorme de informações.
O processo de produção da retrospectiva de 2020 do Spotify foi explicado pelos times de produto da companhia no vídeo a seguir:
Projeto de 2021 começou em junho
O head global de Brand Design do Spotify, Rasmus Wangelin, disse ao blog da companhia que o time de criação começou a trabalhar em junho deste ano, com um número entre 15 e 20 profissionais. “Nós temos que começar cedo para aterrissar a direção de arte, assim podemos construir um kit de ferramentas extensivo que será usado por todos os nossos parceiros e agências no mundo todo”, diz Wangelin.
As soluções em tecnologia são executadas usando principalmente computação em nuvem. Em 2016, o Spotify migrou seus servidores físicos para o modelo em nuvem, usando a plataforma do Google Cloud. Na época, revelou que gastaria pelo menos US$ 450 milhões em sua infraestrutura nos três anos seguintes para manter o streaming de música.
Foi esse o caminho que possibilitou o lançamento da retrospectiva da década, em 2020. Este, por sinal, foi o maior trabalho já executado na plataforma de dados em nuvem do Google. A história de como o Spotify criou soluções para processar um grande volume de dados a um custo menor e baixa latência foi contada pelo desenvolvedor Vivek Naskar em um artigo no site de tecnologia Dev Genius.
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