Criado em 2016, o termo Femtech se refere a inovações para saúde e bem-estar feminino. É um segmento do mercado de health tech, formado por empresas baseadas em tecnologia que atendem necessidades biológicas de mulheres.
“Uma femtech fornece soluções para melhorar os cuidados de saúde das mulheres, incluindo saúde materna, saúde menstrual, saúde pélvica e sexual, fertilidade, menopausa e contracepção, diz o relatório The dawn of the Femtech revolution (“O nascimento da revolução Femtech”), da McKinsey.
O termo também se aplica a condições gerais de saúde que afetam as mulheres de forma desproporcional ou diferente (como osteoporose ou doenças cardiovasculares).
Segundo o Pitchbook, o mercado global de femtechs teve receita de US$ 820 milhões, em 2019, e deve chegar a US$ 3 bilhões em 2030. Existe um enorme potencial a ser explorado. “Com a necessidade de mais e melhores tecnologias de saúde voltadas para questões biológicas e médicas específicas das mulheres, a indústria está destinada a crescer”, diz a consultoria.
Por que o potencial das femtechs é tão grande?
O setor de saúde, em si, é tão promissor que atrai o investimento de empresas como Apple, Amazon, Google e Microsoft. O envelhecimento da população mundial, a persistência de desafios antigos (como a cura do câncer) e a aplicação de tecnologias desenvolvidas em outras áreas guardam potenciais de crescimento.
Além desses fatores gerais, a saúde feminina ainda tem o da desigualdade de gêneros. “As mulheres representam metade da população mundial, mas apenas 4% de toda a investigação e desenvolvimento em cuidados de saúde são direcionados especificamente para questões de saúde das mulheres”, afirma o estudo do PitchBook. Mudar isso é melhorar o mundo – e uma ótima oportunidade de negócios.
Falta uma medicina adaptada à mulher
Décadas de prioridade aos homens criaram um descompasso que se manifesta em várias áreas da saúde. “Apesar de cardiopatias serem a principal causa de morte de mulheres nos Estados Unidos, a checklist de sintomas de ataque cardíaco é baseada no corpo de homens. Como consequência, mulheres são 50% mais propensas a receber diagnósticos errados quando sofrem uma parada cardíaca”, diz Sasha Pines, jovem mestranda da Stanford Graduate School of Business (veja no vídeo abaixo).
Falta atender questões específicas da saúde da mulher
Além da demanda por soluções de saúde adaptadas à mulher, existe a demanda por soluções para questões específicas do corpo feminino, como a gravidez. Nesse setor atua a Needed, empresa do portfólio da G2D (via The Craftory).
“As grandes marcas não estão endereçando essa demanda e a Needed está desenvolvendo a maior base científica comprovada de produtos para a mulher”, diz Rodrigo Boscolo, CFO da GP Investments e conselheiro da G2D. “Ticamos todos os parâmetros da Needed, do financeiro ao negócio, passando pela atratividade. É um segmento de margens altas e a empresa vai ser lucrativa em pouco tempo.”
Nos últimos dois anos, a Needed registrou um crescimento de 250% e ultrapassou os US$ 10 milhões de faturamento.
Aumento no interesse por femtechs
O relatório The dawn of the Femtech Revolution identificou várias medidas para o crescente interesse pelo setor. A produção de estudos científicos e o investimento em femtechs explodiram nos últimos anos.
O crescimento do setor de femtechs tende a se retroalimentar, disse Sita Chantramonklasri, fundadora e general partner da Siam Capital, no debate Femtech: Place your VC bets, apresentado no WebSummit 2022 (veja o vídeo abaixo). “Quanto mais tivermos dados, mais perceberemos oportunidades”, afirma.
Negócios de femtechs
O relatório What is femtech?, do Pitchbook, identifica a atividade das startups e das empresas de venture capital no mercado de femtechs.
“As mulheres representam metade da população mundial, mas apesar dos estimados US$ 500 bilhões em despesas médicas anuais que lhes são atribuídas, apenas 4% de toda a pesquisa e desenvolvimento em cuidados de saúde são direcionados especificamente para questões de saúde das mulheres”, diz o relatório.
“Mesmo com uma perspectiva de crescimento relativamente sólida, nossos especialistas acreditam que femtech continua a ser uma área significativamente subdesenvolvida da tecnologia da saúde”, continua o texto do Pitchbook.
Quem está investindo em femtechs?
Segundo o Pitchbook, os investidores mais ativos em startups femtech até janeiro de 2023 eram:
- Y Combinator: 46 negócios, incluindo BillionToOne, Almond e Kindly
- SOSV: 29 ofertas, incluindo Bloomlife, Free to Feed e Aima
- Techstars: 27 negócios, incluindo Canopie, Hormonius Flo e ohne
- 500 Global: 22 negócios, incluindo BillionToOne, Kiira e Plenna
- National Science Foundation: 21 negócios, incluindo Elidah, Bloomlife e Nanopath
- Alumni Ventures: 20 negócios, incluindo Oula, Willow e Busy Beauty
Femtech e VC
A G2D investe na Needed, via The Craftory. Ao investir em G2DI33, você apoia femtechs inovadoras – e participa do crescimento delas.