Veja bem, nossa pergunta é como a sua empresa está usando, e não se. Que ela está, é um fato.
Em janeiro, a rede social de trabalho Fishbowl perguntou a mais de 11 mil funcionários, de empresas como Amazon, Google, IBM e JP Morgan, se eles usavam ChatGPT para resolver tarefas do trabalho. 43% responderam que sim. Desses, 68% responderam que não contaram aos chefes.
Isso foi em janeiro. De janeiro para fevereiro, a audiência do GPT aumentou 62,5%, para 1 bilhão de visitas ao mês. Ele já é mais popular que o Bing.
Qual é o risco de não cuidar dos riscos?
Se a sua empresa estiver usando ChatGPT – e ela está –, você precisa discutir a necessidade de regras de uso. Mesmo que seja para decidir não fazer nada. A Escola de Direito da New York University fez um texto sobre os potenciais riscos do uso de assistentes de IA nas empresas, e como evitá-los.
Resumindo:
- Riscos de controle de qualidade: a IA generativa produz informações falsas com jeitinho de verdadeiras. Como a foto do papa de casacão branco, gerada pelo Midjourney.
- Riscos contratuais: compartilhar dados internos com um terceiro, como o ChatGPT, pode violar contratos.
- Riscos de privacidade: outro dia o CEO da OpenAI pediu desculpas por um vazamento de diálogos dos usuários.
- Riscos de proteção do consumidor: o cliente pode se sentir lesado ao contratar o trabalho intelectual de humanos e receber respostas de um chatbot gratuito.
- Riscos de propriedade intelectual: por um lado, você pode não ter direitos autorais sobre o conteúdo gerado pela IA. Por outro lado, pode responder por infrações de direitos autorais que ela eventualmente cometer.
- Riscos de fornecedor: você se cuidou direitinho, mas e o seu fornecedor?
Devo proibir o uso do ChatGPT?
Talvez. Não existe consenso. O Wall Street Journal conta que JPMorgan e Verizon bloquearam o acesso, até segunda ordem. A Amazon pediu para os funcionários usarem a ferramenta de inteligência artificial que ela mesma criou – mas talvez a sua empresa não tenha essa opção caseira.
Devo encorajar o uso do ChatGPT?
Nicholas Thompson, CEO da revista The Atlantic, decidiu investir em IA e encorajar a equipe a usar.
O caso dele não é padrão. Como ex-diretor da revista de tecnologia Wired, Nicholas entende do assunto melhor do que a média. E sua empresa, do ramo de comunicação, está mais exposta que a média ao surgimento de softwares capazes de produzir conteúdo.
Ainda assim, vale a pena ler a carta que Nicholas escreveu para a equipe, e ver como ele integra a discussão sobre IA ao cotidiano da empresa em três níveis:
- curiosidade recreativa
- ferramenta para atingir os objetivos atuais
- possibilidades de revolução da empresa