“Akad: a insurtech da GP e de Marcelo Sales traz IA para o dia a dia e mira faturar R$ 1 bi”, diz a reportagem da Exame sobre a guinada da seguradora brasileira rumo à inteligência artificial (IA ou, na sigla em inglês, AI).
A reportagem conta como Marcelo Sales, cofundador da Movile (dona do iFood) e fundador da Cyberlabs, se uniu à GP Investimentos (empresa que também é acionista controladora da G2D) para criar a Akad: uma startup de seguros (insurtech) baseada em tecnologia.
Sales e GP compraram a operação brasileira da seguradora americana Argo, que já existia havia 10 anos. Para transformar a Argo na insurtech Akad, Sales tornou-se CIO (diretor-executivo de tecnologia). Já nos primeiros meses, o número de desenvolvedores saltou de cinco para 50.
Meses depois, a OpenAI lançou o ChatGPT – e o ChatGPT estreou na Akad.
“Analisamos todas as chamadas e atendimentos que a Akad recebe, pegamos o histórico e classificamos para entender as dores reais dos corretores. Vimos que 80% das dúvidas poderiam ser automatizadas e 20%precisariam de atendimento humano”, disse à revista Marcelo Sales. “O que fizemos? Criamos e treinamos um modelo junto com o ChatGPT para atendimento”.
Com esse processo colocado em prática, diz o texto, a empresa aumentou o faturamento em 60% nos primeiros doze meses de operação. Em 2022, foram R$ 670 milhões em receita, cifra que deve chegar ao primeiro bilhão em2023.
O ChatGPT substituiu, com maior agilidade e precisão, grande parte do atendimento que era feito pela central de apoio aos corretores. A quantidade de chamados caiu de 100 por dia para 100 a cada 90 dias. Os atendentes humanos passaram a se dedicar a um atendimento mais... humano.
O ganho de eficiência foi assombroso, mas a Akad quer ainda mais. Em um sistema ainda em fase de testes, o corretor faz seu pedido de cotação por voz e recebe um pdf com o orçamento, um minuto depois.
O exemplo da Akad mostra um desdobramento importantíssimo da inteligência artificial.
Plataformas de inteligência artificial como ChatGPT e Midjourney impressionam. Empresas ligadas à IA, como Microsoft (parceira da OpenAI) e NVidia (principal fabricante de processadores de alto desempenho), registram crescimento nos balanços trimestrais e na cotação da Bolsa.
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Mas não é pensando apenas nessas empresas diretamente envolvidas com inteligência artificial que a McKinsey prevê que a IA pode acrescentar ao PIB global US$ 4,4 trilhões em ganhos de produtividade, ou que o banco Goldman Sachs afirma que a IA pode aumentar o PIB global em 7%. É na Akad - e em empresas como ela.
Ganhador do Nobel de Economia por seus estudos sobre crescimento econômico, Robert Solow ficou famoso ao dizer, na década de 1980: "Eu vejo a era da computação em todo lugar, menos nas estatísticas de produtividade". A tecnologia já existia, mas o mundo ainda não havia adotado em larga escala. Da mesma maneira, a revolução industrial começou alguns anos depois da invenção das máquinas a vapor.
A demora entre o lançamento e o aproveitamento de uma tecnologia encurtou muito - e as empresas que se adaptam mais rápido dominam o ambiente. A Apple lançou o iPhone, primeiro smartphone, em 2007. Em 2008 foram fundados Airbnb, Waze e Spotify - e em 2009, a Uber. Ao aproveitar primeiro o potencial de uma nova era tecnológica, essas startups se tornaram líderes de seus mercados.
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