Mira Murati é CTO (Chief Technology Officer) da OpenAI. É a chefe de tecnologia responsável pelo ChatGPT e outras aplicações de inteligência artificial da empresa, como a integração com o buscador Bing, da Microsoft, e a ferramenta de geração de imagens Dall-E.
Mira é precoce mesmo para os padrões do Vale do Silício: nascida em 1988 e formada em engenharia mecânica (pela Dartmouth College) em 2012, em 2013 ela já era gerente de produto sênior do Modelo X, o SUV elétrico da Tesla. Em 2018 chegou à OpenAI como vice-presidente de aplicações de IA e, em 2022, tornou-se a CTO.
Mira também chama atenção por suas opiniões. Ela defende a imposição de limites para a inteligência artificial, enquanto isso é possível. "Agora é um momento único, na história, em que podemos controlar como isso molda a sociedade. Vale para os dois lados: a tecnologia nos molda e nós a moldamos", disse em entrevista à revista Time. "Há muitos problemas difíceis de resolver".
Apesar de defender restrições, Mira (previsivelmente) concorda com a postura da OpenAI, de lançar o ChatGPT sem ele estar exatamente maduro, e sem controlar plenamente como ele pode ser usado.
“São tecnologias gerais, e com o bem vem o mal. Haverá uma tonelada de maneiras pelas quais eles serão mal utilizados”, disse a CTO da OpenAI em um debate promovido pela revista FastCompany. Para ela, lançar logo é justamente uma forma de convidar a sociedade para o debate.
“Há uma combinação de elementos que entram em jogo, que requer uma estreita colaboração entre empresas privadas, governos e reguladores, bem como a sociedade civil”, diz. “Esta é uma tecnologia muito geral e, no final das contas, vai transformar todas as nossas vidas”.
Mira entende que a inteligência artificial deve acelerar a extinção de muitos empregos. "Acho que provavelmente muitos trabalhos repetitivos, tarefas cognitivas repetitivas, serão substituídos por sistemas de IA”, diz.
Mas, como ocorreu em outras revoluções ao longo da história - a Revolução Industrial é o caso mais emblemático -, a tecnologia deve aumentar a produtividade do trabalho criativo e a abrir vagas em novas áreas.
Uma possível nova carreira é a de orientador de inteligência artificial. "Precisamos orientar os sistemas a fazer as coisas que queremos que façam. Portanto, suspeito que haverá trabalhos vinculados ao ensino de sistemas de IA para serem mais úteis e confiáveis para nós", diz.