Até 2025, quase 60% dos ativos de fundos na Europa devem estar ligados a investimentos ESG segundo a consultoria PwC, o equivalente a €7,6 trilhões de (US$ 8,9 trilhões). Em 2020, a proporção era de 15%.
Esse dado mostra um interesse crescente em conciliar o mercado financeiro com práticas mais sustentáveis para a sociedade e para o planeta. Um grande desafio é como medir resultados, mas essa questão já está sendo acompanhada de perto por organizações globais.
A partir de agora, você vai entender as possibilidades em investimentos ESG e saber em que prestar atenção na hora de montar a sua carteira de investimentos. Acompanhe!
O que são investimentos ESG?
Investimentos ESG são ativos financeiros ligados a projetoa que têm como pilar a preservação do meio ambiente, a vida em sociedade ou melhores práticas de governança corporativa nas empresas.
Esses três pilares são as frentes de atuação compreendidas pela sigla ESG, que em inglês significa Environmental, Social and Governance. No Brasil, também é possível se referir ao termo com a sigla ASG.
Alguns exemplos de investimentos ESG são:
- ações de empresas com projetos ligados a essa temática;
- títulos de dívida para financiar projetos sociais e ambientais: debêntures ESG, green bonds, social bonds;
- ETFs de empresas enquadradas em critérios ESG;
- fundos soberanos que investem em preservação ambiental ou projetos sociais;
- fundos de investimento que têm títulos verdes ou ações de empresas ESG na carteira.
O grande desafio dos investimentos ESG é a mensuração. Tanto as mudanças sociais quanto ambientais são norteadoras para atrair investidores e mostrar o real efeito. Atualmente, existem duas maneiras de medir este impacto, que são:
- Impact Report and Investment Standards (IRIS): é o conjunto mais difundido de métricas para avaliar o impacto social de uma iniciativa. Envolve medidas de inclusão, como quantidade de mulheres em posições de liderança, de responsabilidade ambiental, como a quantidade de energia usada em determinado processo, e assim por diante. Existem métricas para mais 15 indústrias diferentes, que podem ser conferidas no site da IRIS.
- Global Impact Investing Rating System (GIIRS): desenvolvido pelo B-Lab, uma organização sem fins lucrativos, é considerada o padrão-ouro dos fundos de impacto. Ela se baseia na metodologia IRIS, com alguns acréscimos. É usada para certificar Empresas B ou B-Corporation, cujo modelo de negócio é focado em responsabilidade social e ambiental. A The Craftory, investida da G2D, é uma B-Corporation.
Companhias que adotam práticas ligadas a ESG precisam divulgar todos os anos o seu Relatório de Sustentabilidade, um documento que mostra os detalhes dos projetos em que a organização se envolveu e quais foram os resultados obtidos.
Por que investimentos ESG estão ganhando cada vez mais relevância?
O mercado de investimentos ESG deve se tornar trilionário nos próximos anos. Além de endereçar um novo perfil de consumidor, mais consciente e preocupado com o impacto de suas escolhas no meio ambiente e na sociedade, esse segmento também está olhando para performance.
Nos Estados Unidos, os 13 índices de ESG de ações de empresas com alta capitalização tiveram ganhos entre 25,6% e 31,7% em 2021, conforme dados da Morningstar. Já o S&P 500, principal referência do mercado americano, teve valorização de 26,9% no mesmo período.
Além disso, empresas com modelos de negócio mais abertos à diversidade e inclusão e mais preocupadas com consumo e produção responsáveis têm mais chances de entregar resultados consistentes no longo prazo e manter a longevidade do negócio. Segundo a ONU, por exemplo, empresas com lideranças femininas têm resultados até 20% melhores.
Tipos de investimentos ESG: renda fixa
A expressão em inglês green bonds significa, em tradução, títulos verdes. Inclusive, são ativos que estão conectados aos temas do meio-ambiente, sustentabilidade ou questões sociais.
Historicamente, no Brasil, os green bonds fazem parte do mercado desde 2018, somando mais de R$ 6 bilhões em ativos. A Bolsa de Valores do Brasil (B3) estabeleceu alguns critérios para classificar esse tipo de título de renda fixa. São eles:
a) Títulos Verdes (Green Bonds)
Os green bonds são projetos focados nas questões ambientais e na preocupação às mudanças climáticas, biodiversidade, construções verdes, energias renováveis, transporte sustentável e gestão de água e resíduos.
b) Títulos Sociais (Social Bonds)
Já os Social Bonds são projetos com o objetivo de oportunizar que pessoas tenham acesso à serviços essenciais, como saúde, educação, principalmente em microfinanças, habitação, saneamento básico e segurança alimentar, além de chances no mercado de trabalho.
c) Títulos de Sustentabilidade (Sustentability Bonds)
Por sua vez, os Sustentabily Bonds são projetos que combinam os dois anteriores. Isso quer dizer que são ações que agregam tanto as pautas ambientais como sociais.
d) Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustentability-Linked Bonds)
Muito confundidos com os Títulos de Sustentabilidade, os Títulos Vinculados à Sustentabilidade englobam os projetos com atuações para alcançar as metas específicas de redução da poluição, reciclagem de resíduos e aumento do uso de energias renováveis.
e) CRA ESG
Na categoria de títulos temáticos da B3, os Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) são títulos de dívida emitidos por empresas e que são lastreados em valores que elas têm a receber.
A ligação com ESG está no destino dos recursos, que geralmente são levantados para investir em expansão ou operação de iniciativas ligadas ao agronegócio.
O risco é maior do que os títulos de renda fixa convencionais, pois não há cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e a própria empresa emissora é a responsável por retornar o dinheiro para quem investiu.
f) Debênture ESG
Com uma mecânica semelhante aos CRAs ESG, as debêntures ESG também são títulos de dívida corporativa mais arriscados do que a renda fixa tradicional pelos mesmos motivos. A diferença é que o escopo dos projetos financiados por essas debêntures não necessariamente está ligado ao agronegócio.
Tipos de investimentos ESG: ações, fundos e ETFs
Assim como existem os tipos de títulos de ESG, há também critérios que estabelecem se o ativo de uma companhia pode se enquadrar ou não como ESG. De forma geral, os critérios estão relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU.
Os ODSs são os 17 macrotemas que englobam desafios e vulnerabilidades do planeta que precisam de atenção para que sejam solucionados até 2030. Nesse sentido, caminhamos no desenvolvimento sustentável do mundo. As opções para investir são:
a) ações de empresas com modelo de negócio ou projetos ligados a ESG
Investir diretamente nas ações de empresas que mantêm projetos ESG é uma forma de incorporar esses ativos ao portfólio. Por um lado, a seleção individual demanda mais tempo de análise e a checagem de critérios que validam uma determinada ação como investimento ESG.
Por outro lado, essa análise permite ter mais clareza sobre quais empresas são, de fato, ESG e ajuda os investidores a se desviarem do greenwashing, prática de rotular como ESG algo que não é.
b) fundos de investimento ESG
Cada vez mais comuns na prateleira de bancos e corretoras, os fundos ESG são uma carteira diversificada de ativos ligados a essa temática. Podem trazer ativos de renda fixa e renda variável ou cotas de outros fundos. Inclusive, os índices de mercado ligados a essa temática podem ser replicados por esses fundos.
c) ETFs ESG
Os ETFs ou fundos de índices têm uma característica passiva: costumam replicar índices de mercado ligados a alguma temática. No caso dos investimentos ESG não é diferente.
Hoje no mercado brasileiro existem pelo menos 12 ETFs ligados a ESG, um número que cresceu quatro vezes em dois anos e tem patrimônio somado de R$ 2,2 bilhlões. Esses ativos costumam replicar índices de mercado, como os que veremos a seguir.
Índices de mercado ligados a ESG
a) Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
Criado em 2005, o ISE acompanha o desempenho de uma companhia quando falamos de sustentabilidade. São levados em consideração fatores como eficiência econômica, governança, atuação ambiental e ações sociais.
b) Índice Carbono Eficiente (ICO²)
O ICO² é um índice nacional, criado pela B3 e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele está relacionado ao combate às mudanças climáticas. Assim sendo, este índice engloba empresas de setores mais tradicionais, que se comprometeram a reduzir a emissão dos gases estufa.
c) S&P/B3 Brasil ESG
Criado em 2020, o S&P/B3 Brasil ESG tem como foco a avaliação da sustentabilidade corporativa. Ele é composto por empresas alinhadas ao Pacto Global.
Investimentos ESG no portfólio da G2D
A G2D Investments é uma plataforma que investe em startups e empresas em fase pré-IPO. Somos o primeiro fundo de Venture Capital listado na B3, a bolsa brasileira.
Por meio do nosso papel, G2DI33, qualquer pessoa pode ter acesso a um portfólio diversificado de empresas no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa.
Em nossa carteira, temos companhias comprometidas com diversidade, melhor qualidade de vida, saúde e tecnologia para preservar o meio ambiente. Algumas das empresas do nosso portfólio que estão diretamente ligadas à temática ESG são:
- Moss Earth: startup de venda de créditos de carbono, lançou o primeiro token brasileiro desse mercado, o MCO2;
- Dropps: produz cápsulas de detergente, os famosos pods, e itens lavanderia que são ecologicamente responsáveis;
- Dyper: produz fraldas biodegradáveis a partir de fibra de bambu e se responsabiliza pelo descarte;
- Who Gives a Crap: vende papel higiênico, toalhas de papel e lenços biodegradáveis. Desde a sua fundação, a empresa doa metade de seus lucros para construir banheiros, ajudando 2 bilhões de pessoas que não possuem acesso a saneamento básico no mundo;
- The Craftory: é uma casa de investimento focada em apoiar marcas inovadoras, cujos produtos têm o objetivo de tornar o mundo melhor. É por meio dela que a G2D investe nessas e em outras marcas com propósito.
Agora que você entende melhor os critérios para fazer investimentos ESG, que tal conhecer mais sobre o trabalho da G2D Investments? Assine a newsletter e fique por dentro das novidades.