Imagine poder se transportar para qualquer lugar e viver as experiências que você quiser. Você poderia, por exemplo, tomar sol em uma praia paradisíaca depois de um dia de trabalho em uma cidade agitada. Ou poderia curtir um show com amigos que vivem em diferentes lugares sem precisar viajar. Para isso, bastaria logar no metaverso de sua preferência.
O metaverso já está sendo considerado uma evolução da Internet, o próximo passo quando se fala em experiência imersiva e interação social. A possibilidade de se transformar em um avatar e transitar entre mundos ainda não é tecnicamente possível, mas existem gigantes da tecnologia que estão trabalhando em projetos para tornar isso uma realidade. Saiba mais a partir de agora.
O que é o metaverso?
Metaverso (ou metaverse, em inglês) é um termo que significa mundo virtual. É um espaço virtual compartilhado, construído por meio de tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual e a própria Internet.
A principal diferença entre um metaverso e outros ambientes virtuais é a experiência imersiva que ele proporciona. Por meio de dispositivos como óculos de realidade virtual, luvas táteis, sensores e controladores de movimentos das mãos, é possível criar uma experiência real em um universo 100% online. Além disso, avatares customizados ficam a cargo de representar personalidades no mundo virtual.
O termo metaverso surgiu em 1992 no livro Snow Crash, escrito por Neal Stephenson. Na história, pessoas usavam avatares para explorar um mundo virtual. Mais tarde, jogos como Second Life e Fortnite ajudaram a popularizar a ideia de mundo virtuais. Portanto, não se trata de um conceito novo.
Hoje já existem vários projetos de metaverso em curso, olhando especialmente para oportunidades de negócio. O site Portal Cripto, por exemplo, lista NFTs de pelo menos 40 metaversos diferentes.
Um dos mais famosos é o Decentraland, baseado na criptomoeda MANA, onde um terreno virtual foi vendido em novembro de 2021 por US$ 2,4 milhão.
No futuro, a ideia é que esses projetos desenvolvam o que está sendo chamado de interoperabilidade: a possibilidade de navegar entre diferentes metaversos ou que haja um único lugar onde eles se concentrem.
Como entrar no metaverso?
Para entrar em um metaverso, basta fazer o login na plataforma que você escolher. Roblox, Decentraland, The Sandbox e qualquer outra aplicação da web baseada em comunidades online exigem apenas que você crie um cadastro e use seus dados de acesso para entrar.
No futuro, a ideia é que você não se desconecte delas por meio dos óculos de realidade virtual e outros dispositivos tecnológicos que permitem experiência imersiva. Hoje, basta desligar o celular.
Metaverso, criptomoedas e NFTs
Para fazer negócios em qualquer lugar do mundo é preciso ter dinheiro. No metaverso, não é diferente. Assim como cada país tem a sua moeda, cada metaverso tem a sua criptomoeda.
Porém, mais importante do que o dinheiro, é necessário garantir a propriedade de algo: ter certeza de que, por exemplo, uma pessoa é realmente a dona de algo que ela diz ter. É aqui que os NFTs entram na história.
NFT é a sigla para non fungible token, ou token não fungível. O conceito de bem fungível vem do Direito e significa algo que pode ser substituído por um item similar. Logo, um bem não fungível é algo único, personalizado.
Assim, um token não fungível é um registro, um código de computador que representa algo único, insubstituível e que pertence a uma pessoa ou grupo de pessoas. Uma vez que esse registro existe, ninguém mais pode reivindicar a posse do mesmo item.
É essa a tecnologia que permite transações financeiras no mundo virtual. Uma vez que a posse é validada, é possível comprar e vender itens com a segurança de que o ativo existe e que ele pertence, de fato, a quem diz ser o dono.
Falando agora de um exemplo, a marca italiana Gucci vendeu uma bolsa no Roblox por 350 mil Robux, ou R$ 22 mil. E um detalhe: a bolsa é virtual e só pode ser usada no próprio jogo, que é sucesso entre as crianças. Essa tipo de transação só é possível por conta da tecnologia que garante a propriedade em um metaverso.
As empresas que estão trabalhando no metaverso
Mais do que a interação social, existe uma corrida entre as grandes companhias para se posicionar, explorar e gerar receita nos metaversos. Por enquanto, essas iniciativas ainda estão em fases embrionárias.
No entanto, como toda corrida do ouro, muitos desdobramentos ainda devem acontecer, especialmente nos próximos anos. Uma projeção da Bloomberg diz que o metaverso deve movimentar US$ 800 bilhões. Tudo isso até 2024. Confira o que algumas gigantes da tecnologia estão fazendo.
Epic Games
A desenvolvedora do jogo Fortnite investiu pesado para que o game se tornasse um espaço frequentado por milhões de pessoas. Prova disso são os shows de artistas como Ariana Grande e Travis Scott. Este último reuniu mais de 12 milhões de pessoas em um show virtual feito com seu avatar no game em abril de 2020. O vídeo da apresentação no YouTube pode ser visto a seguir:
Meta Platforms
Antes, Facebook. Agora, Meta. A empresa de Mark Zuckerberg anunciou a mudança de nome em outubro de 2021, buscando deixar para trás as polêmicas do passado e revelar seus planos para o longo prazo. A empresa já testa tecnologias como o óculos de realidade virtual, investindo pesado em sair na frente nesse campo.
Microsoft
Segundo o analista Ben Thompson, do site Stratechery, a Microsoft é a empresa mais preparada na disputa pelo domínio do metaverso. E o argumento é bem simples: a Microsoft já está presente na vida de milhões de negócios focados em si mesmos. Pense no seu trabalho e veja como os produtos da empresa vão aparecer inevitavelmente em um momento ou outro.
Além disso, o Microsoft Teams (o software de trabalho colaborativo da companhia comandada por Satya Nadella), de certa forma, já um metaverso em si, pois ele reúne em uma única plataforma as interações que ocorrem nas empresas.
Rivais como o Slack, por exemplo, focam mais nas integrações com outras ferramentas enquanto o Microsoft Teams investe no universo fechado de cada empresa. Thompson diz que esse é um grande diferencial para o Microsoft Mesh, a plataforma de metaverso da Microsoft. Será esse o novo Windows?
NVIDIA
Outra Big Tech em busca da conquista do metaverso é a NVIDIA, que lançou o Omniverse Avatar em novembro de 2021. Os avatares construídos por meio de Inteligência Artificial prometem uma experiência altamente personalizada e realista para seus usuários. Com o foco em pessoas, a NVIDIA pretende lançar assistentes virtuais para diferentes segmentos da indústria. Assista ao vídeo a seguir e imagine como seria fazer uma reunião com uma pessoa que não existe.
Roblox
Assim como a Epic Games, a Roblox já tem uma plataforma popular de jogos conectados no seu metaverso. Os grandes trunfos recentes da companhia foram a criação do metaverso da Nike, a Nikeland, e a venda da bolsa Gucci, entre outros itens.
Como investir no metaverso?
O termo metaverso mal chegou aos Trending Topics das redes sociais, mas já desperta o interesse das pessoas em investir e ganhar dinheiro nesse mercado. Mas, na verdade, quem já se familiarizou com o universo dos criptoativos e dos games já sabe como fazer isso há mais tempo. Vamos ver alguns exemplos:
1 – Criar conteúdo para metaversos
Aqui, a lógica é a mesma dos influenciadores digitais: personalidades que criam conteúdo para entreter e informar públicos no metaverso. A diferença é que os chamados influenciadores virtuais não existem na vida offline.
Parece distante demais da realidade? Nem tanto. Pense na Lu, a influenciadora virtual do Magazine Luiza. Ela não é uma pessoa real, mas tem personalidade e estilo de vida próprios, que podem ser acompanhados no TikTok. Além disso, já foi garota-propaganda de produtos, fez conteúdo em parceria com influenciadores da vida real e até participou do reality show Dança dos Famosos.
A Lu, do Magazine Luiza, é um projeto que já tem mais de uma década de existência e recebeu um investimento pesado de uma grande companhia. Mas assim como a publicidade foi transformada pelos influenciadores, microinfluenciadores e criadores de conteúdo digital, no metaverso a tendência não é diferente.
De volta aos exemplos do Fornite e do Roblox. qualquer pessoa que tenha um avatar em um metaverso tem potencial para se tornar uma personalidade influente. Tudo depende da capacidade de chamar a atenção para si e de engajar as pessoas em seu círculo. Vale seguir acompanhando.
2 – Investir em criptoativos ligados a metaversos
Já mencionamos neste post que existem pelo menos 40 NFTs de metaversos sendo negociados no mercado de criptoativos. Dessa maneira, uma forma tecnicamente mais simples de fazer dinheiro com o metaverso seria investir em alguma dessas NFTs e negociá-las no futuro a um preço maior.
É por isso que transações feitas com esses ativos alcançam facilmente a cifra de milhares de dólares. Elas podem não fazer o menor sentido agora, mas são um sinal de como as pessoas e empresas estão tentando se antecipar em relação a essa nova realidade. No entanto, sempre vale o aviso: busque entender qualquer tipo de investimento antes de aplicar o seu dinheiro, seja ele real ou virtual.
3 – Comprar terreno no metaverso
Sim, é isso mesmo. Na Decentraland, lotes virtuais de terrenos já são vendidos e qualquer pessoa que possua algumas milhares de MANAs, a moeda digital desse universo, já pode comprar os seus.
Mas antes de sair comprando terreno virtual por aí, vale a pena considerar alguns pontos. Tudo esta explicado em outro post que fizemos sobre como comprar terreno no metaverso.
O metaverso promete mudar a forma como as pessoas se relacionam entre si e com a própria tecnologia, semelhante ao que aconteceu com o surgimento da Internet. Quer saber mais sobre as novas tendências nesse sentido? Assine a nossa newsletter e fique por dentro das últimas novidades.