Todos falam sobre inteligência artificial, menos a bigtech mais valiosa do mundo. O evento anual da Apple de 2023, evitou a todo custo a expressão “inteligência artificial” – embora a tecnologia esteja embutida em novidades como uma autocorreção do iPhone que promete considerar o contexto da mensagem.
Ao não priorizar inteligência artificial, a Apple está enxergando à frente de todo mundo ou apenas chegando atrasada?
Se é verdade que a corrida da IA pode ser vencida tanto por uma big tech quanto por uma startup, como afirma Bill Gates, pode fazer sentido não entrar na briga agora. A barreira de entrada desse mercado pode se revelar muito baixa.
O grande anúncio da Apple é um hardware: o Vision Pro, óculos de realidade virtual que chegará às lojas no começo de 2024, por US$ 3.500 (isso mesmo: quase R$ 18 mil).
Ao monitorar a fala e o movimento de olhos e mãos, e ao projetar na lente imagens com resolução 4K, o Vision Pro pode substituir computadores, tablets e smartphones. Pode diminuir a dependência da empresa nas vendas do iPhone. Segundo a empresa, não é um acessório. É um “wearable spatial computer.”
O problema é que muita gente já investiu no mercado de óculos inteligentes, sem grande sucesso: Google (2013), Samsung (2015) e Microsoft (2016), por exemplo. Em março, a Disney fechou sua divisão de metaverso. Mesmo a Meta, apesar do nome, diz que sua prioridade é desenvolver IA.
Ao lançar óculos inteligentes, a Apple está enxergando à frente de todo mundo ou apenas chegando atrasada? Faça a sua aposta.